Caro visitante,

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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

RAFAEL YUS

SOBRE COMPETÊNCIAS BÁSICAS

Se, como parece, o produto final do currículo são pessoas competentes, as competências básicas convertem-se nos eixos diretivos do processo de ensino e aprendizado.

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Uma pessoa pode ter determinada capacidade e não ser competente, porque não vê utilidade nela ou não põe em prática.

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Devemos buscar o lugar adequado das competências na seqüência do desenho curricular.

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Não faz sentido dedicar todo o tempo escolar a expor uma lista interminável de conteúdos acadêmicos.

Fonte: Revista Pátio / Nº 52

TWITTER INVADE A SALA DE AULA

Microblog é utilizado em escola como estímulo à concisão

o colégio Hugo sarmento, em São Paulo, decidiu levar para a sala de aula uma ferramenta virtual que muitos adolescentes já dominam. O limite de 140 caracteres imposto pelo microblog Twitter está permitindo que os alunos do ensino fundamental exerçam sua veia literária por meio do gênero conhecido como microconto.
O Gênero, aliás, foi impulsionado pelo advento do próprio Twitter, cuja limitação de espaço se oferece como um desafio à concisão criativa.
o professor de português Tiago Calles, responsável pelo exercício em sala de aula, afirma que se valeu da ferramenta para trabalhar a literatura com os alunos, cujo interesse foi despertado pela introdução de um suporte tecnológico.

Fonte; Revista Língua / nº 62.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

COMO DEVE ATUAR O PROFESSOR

• Ser um guia para ajudar o estudante a explorar, reconstruir e situar-se no meio cultural onde vive;

• Criar situações que facilitem a aprendizagem de procedimentos que contribuam para a construção da autonomia pessoal;

• Oferecer métodos de organização para o trabalho que possibilitem a construção de uma disciplina pessoal mais rígida;

• Dar indicações de atitudes e responsabilidades que lancem as condi- ções para o desenvolvimento do sentido de justiça;

• Apoiar atitudes de companheirismo e solidariedade que estimulem o respeito mútuo.


Todos os especialistas ouvidos por NOVA ESCOLA garantem que esses princípios são um excelente ponto de partida para quem pretende começar uma transformação em sua escola, porque estão em sintonia com o que se espera da educação neste novo século que está começando. Mas isso não é tudo. Tão importante quanto é saber conduzir o ano letivo, coordenar o dia-a-dia, garantir a execução das grandes metas.

sábado, 11 de dezembro de 2010

PROFESSORES E COORDENADORES, UMA PARCERIA QUE ANDA EM DESCOMPASSO.

Problemas com a Coordenação e Direção

By Roseli Brito

Professores e Coordenadores uma parceria que anda em descompasso. Recentemente fizemos uma Pesquisa direcionada aos Professores e detectamos que 92,5 % estão insatisfeitos com a Coordenação e/ou Direção.

Hoje, tratarei de algo delicado que é a relação entre Professores e Gestores. Em pesquisa realizada recentemente com Professores perguntamos:

- Qual é o maior problema que você enfrenta com a Coordenação/Direção da Escola ?

Os Professores responderam:

1) muita burocracia (relatórios/fichas) para preencher…………. ……. 48 %

2) falta de orientação pedagógica……………………………………….. 27,10 %

3) falta de regras claras dos objetivos e resultados do trabalho……. 17,4 %

4) nenhum problema com a Direção ou Coordenação………………. 7,5 %

Muita burocracia com relatórios, fichas, etc para preencher

É um fato que o Gestor (Coordenador e Diretor) precisa medir a eficácia dos resultados atingidos, e isso só é possível com o levantamento de dados do processo de aprendizagem por meio de Relatórios, Fichas, Questionários, etc. É uma verdade também que se estas solicitações forem desordenadas e aleatórias, tomarão um tempo precioso do Professor, que ficará enredado em uma armadilha sem fim de papéis.

Sugestão para os Gestores:

Faça um levantamento de todas as Fichas, Relatórios, Questionários e outros documentos que os Professores estão preenchendo atualmente. Analise-os e verifique quais documentos podem ser agrupados em um só. O ideal é que bimestralmente o Professor tenha que preencher pelo menos o Diário de Classe, Boletim de Notas e Relatório de Desenvolvimento . No início do ano é oportuno elaborar uma Ficha de Sondagem onde serão levantadas as dificuldades dos alunos, onde o Gestor , bem como o Professor poderão realizar o monitoramento do trabalho ao longo do ano na mesma ficha.

Falta de Orientação Pedagógica:

Infelizmente muitas Reuniões Pedagógicas são usadas apenas para discussão de textos ou reclamações, o famoso “ lavar a roupa suja em público “, onde nada de concreto é resolvido. Os Professores saem frustrados porque acham que foi um desperdício de tempo e que tudo continuará na mesma.

Sugestão para os Gestores:

As pessoas precisam de suporte, apoio, motivação, incentivo e treinamento. Por isso elabore dois tipos de Reunião: Coletiva e Individual. Na Reunião Coletiva discutam novas ferramentas e estratégias para melhorar : comportamento do aluno, indisciplina, rendimento do aprendizado, gerenciamento da sala de aula. Na Reunião Individual realize o monitoramento de todos esses itens, para isso o Gestor deverá criar as próprias Fichas de Controle e Acompanhamento de cada Turma.

Falta de Regras claras quanto aos objetivos e resultados do trabalho:

Ao ver dos Professores, como as Reuniões não levam a nada e como os Relatórios só servem para desperdiçar o tempo, o fato é que acaba não ficando claro para onde todos estão indo. As Regras ficam subentendidas, os objetivos ficam diluídos em um sem número de solicitações diárias, o que acaba gerando com que cada Professor interprete, a seu próprio modo, o que está acontecendo.

Sugestão para os Gestores:

A roda não é para ser reinventada a cada bimestre, basta estabelecer com clareza os objetivos Gerais no Planejamento Anual e a cada bimestre realizar o monitoramento desses objetivos por meio de Fichas e Relatórios previamente elaborados. Como foi sugerido crie a Ficha de Sondagem com as dificuldades dos alunos, assim você terá objetivos bem específicos para atingir com cada Turma. Nas Reuniões Coletivas e Individual, forneça as ferramentas e estratégias para o Professor alcançar essas metas.

Nenhum Problema com a Direção/Coordenação:

Aqui é preciso um alerta. Apesar de alguns Professores terem relatado que não há problema, o fato é que gerir pessoas é um trabalho constante e diário, por isso nunca se descuide de sempre criar um ambiente que possibilite o debate, a troca de experiências e o compartilhamento de necessidades, pois só assim o que já estava bom, se tornará melhor ainda.

Fonte: www.sosprofessor.com.br

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010


Howard Gardner - O cientista das inteligências múltiplas

A idéia de que existem várias aptidões além do

raciocínio lógico-matemático, apresentada pelo psicólogo, causou grande impacto nos meios pedagógicos

Márcio Ferrari (novaescola@atleitor.com.br)

Foto: Gustavo Lourenção

Formado no campo da psicologia e da neurologia, o cientista norteamericano Howard Gardner causou forte impacto na área educacional com sua teoria das inteligências múltiplas, divulgada no início da década de 1980. Seu interesse pelos processos de aprendizado já estava presente nos primeiros estudos de pós-graduação, quando pesquisou as descobertas do suíço Jean Piaget (1896-1980). Por outro lado, a dedicação à música e às artes, que começou na infância, o levou a supor que as noções consagradas a respeito das aptidões intelectuais humanas eram parciais e insuficientes.


Até ali, o padrão mais aceito para a avaliação de inteligência eram os testes de QI, criados nos primeiros anos do século 20 pelo psicólogo francês Alfred Binet (1857-1911) a pedido do ministro da Educação de seu país. O QI (quociente de inteligência) media, basicamente, a capacidade de dominar o raciocínio que hoje se conhece como lógico-matemático, mas durante muito tempo foi tomado como padrão para aferir se as crianças correspondiam ao desempenho escolar esperado para a idade delas. "Como o aprendizado dos símbolos e raciocínios matemáticos envolve maior dificuldade do que o de palavras, Binet acreditou que seria um bom parâmetro para destacar alunos mais e menos inteligentes", diz Celso Antunes, coordenador-geral de ensino do Centro Universitário Sant’ Anna, em São Paulo. "Mais tarde, Piaget também destacou essa dificuldade e, dessa forma, cresceu exponencialmente a valorização da inteligência lógico-matemática."

Biografia

Howard Gardner nasceu em Scranton, no estado norteamericano da Pensilvânia, em 1943, numa família de judeus alemães refugiados do nazismo. Ingressou na Universidade Harvard em 1961 para estudar história e direito, mas acabou se aproximando do psicanalista Erik Erikson (1902-1994) e redirecionou a carreira acadêmica para os campos combinados de psicologia e educação. Na pós-graduação, pesquisou o desenvolvimento dos sistemas simbólicos pela inteligência humana sob orientação do célebre educador Jerome Bruner. Nessa época, Gardner integrou-se ao Harvard Project Zero, destinado inicialmente às pesquisas sobre educação artística. Em 1971, tornou-se co-diretor do projeto, cargo que mantém até hoje. Foi lá que desenvolveu as pesquisas sobre as inteligências múltiplas. Elas vieram a público em seu sétimo livro, Frames of Mind, de 1983, que o projetou da noite para o dia nos Estados Unidos. O assunto foi aprofundado em outro campeão de vendas, Inteligências Múltiplas: Teoria na Prática, publicado em 1993. Nos escritos sobre educação que se seguiram, enfatizou a importância de trabalhar a formação ética simultaneamente ao desenvolvimento das inteligências. Hoje leciona neurologia na escola de medicina da Universidade de Boston e é professor de cognição e pedagogia e de psicologia em Harvard. Nos últimos anos, vem pesquisando e escrevendo sobre criadores e líderes exemplares, tema de livros como Mentes Extraordinárias. Em 2005, foi eleito um dos 100 intelectuais mais influentes do mundo pelas revistas Foreign Policy e Prospect.

Trabalho dos gênios

Sob a influência do norte-americano Robert Sternberg, que estudou as variações dos conceitos de inteligência em diferentes culturas, Gardner foi levado a conceituá-la como o potencial para resolver problemas e para criar aquilo que é valorizado em determinado contexto social e histórico. Na elaboração de sua teoria, ele partiu da observação do trabalho dos gênios. "Ficou claro que a manifestação da genialidade humana é bem mais específica que generalista, uma vez que bem poucos gênios o são em todas as áreas", afirma Antunes. Gardner foi buscar evidências também no estudo de pessoas com lesões e disfunções cerebrais, que o ajudou a formular hipóteses sobre a relação entre as habilidades individuais e determinadas regiões do órgão. Finalmente, o psicólogo se valeu do mapeamento encefálico mediante técnicas surgidas nas décadas recentes. Suas conclusões, como a maioria das que se referem ao funcionamento do cérebro, são eminentemente empíricas. Ele concluiu, a princípio, que há sete tipos de inteligência:
1. Lógico-matemática é a capacidade de realizar operações numéricas e de fazer deduções.
2. Lingüística é a habilidade de aprender idiomas e de usar a fala e a escrita para atingir objetivos.
3. Espacial é a disposição para reconhecer e manipular situações que envolvam apreensões visuais.
4. Físico-cinestésica é o potencial para usar o corpo com o fim de resolver problemas ou fabricar produtos.
5. Interpessoal é a capacidade de entender as intenções e os desejos dos outros e conseqüentemente de se relacionar bem em sociedade.
6. Intrapessoal é a inclinação para se conhecer e usar o entendimento de si mesmo para alcançar certos fins.
7. Musical é a aptidão para tocar, apreciar e compor padrões musicais.

Enfoques variados para habilidades diversas

Muitas escolas, inclusive no Brasil, se esforçaram para mudar seus procedimentos em função das descobertas de Howard Gardner. A maneira mais difundida de aplicar a teoria das inteligências múltiplas é tentar estimular todas as habilidades potenciais dos alunos quando se está ensinando um mesmo conteúdo. As melhores estratégias partem da resolução de problemas. Segundo Gardner, não é possível compensar totalmente a desvantagem genética com um ambiente estimulador da habilidade correspondente, mas condições adequadas de aprendizado sempre suscitam alguma resposta positiva do aluno – desde que elas despertem o prazer do aprendizado. O psicólogo norteamericano atribui à escola duas funções essenciais: modelar papéis sociais e transmitir valores. "A missão da educação deve continuar a ser uma confrontação com a verdade, a beleza e a bondade, sem negar as facetas problemáticas dessas categorias ou as discordâncias entre diferentes culturas", escreveu. Pela própria natureza de suas descobertas, o trabalho de Gardner favorece uma visão integral de cada indivíduo e a valorização da multiplicidade e da diversidade na sala de aula.

Mais tarde, Gardner acrescentou à lista as inteligências natural (reconhecer e classificar espécies da natureza) e existencial (refletir sobre questões fundamentais da vida humana)
e sugeriu o agrupamento da interpessoal e da intrapessoal numa só.

A primeira implicação da teoria das múltiplas inteligências é que existem talentos diferenciados para atividades específicas. O físico Albert Einstein tinha excepcional aptidão lógico-matemática, mas provavelmente não dispunha do mesmo pendor para outros tipos de habilidade. O mesmo pode ser dito da veia musical de Wolfgang Amadeus Mozart ou da inteligência físico-cinestésica de Pelé. Por outro lado, embora essas capacidades sejam independentes, raramente funcionam de forma isolada.

Desvendando a mente humana

Os anos 1990 ficaram conhecidos como a década do cérebro graças aos novos procedimentos de visualização do interior do corpo humano e, principalmente, ao grande número de estudos desafiadores sobre o assunto. "A teoria das inteligências múltiplas não poderia ter ganho as mesmas diversidade e dimensão sem as admiráveis conquistas das ciências da cognição nesse período", diz Celso Antunes. Alguns dos cientistas que mais contribuições trouxeram à área foram António Damasio, Oliver Sacks, Joseph LeDoux e Steven Pinker. Entre as descobertas recentes que contrariam crenças antigas estão a de que o cérebro mantém o potencial de evolução durante toda a vida e que funções de regiões lesionadas podem ser assumidas por outras, se estimuladas. Apesar dos avanços, a mente humana continua a ser um vasto território a explorar. A intensificação das pesquisas faz prever muitas novidades para os próximos anos.

O que leva as pessoas a desenvolver capacidades inatas são a educação que recebem e as oportunidades que encontram. Para Gardner, cada indivíduo nasce com um vasto potencial de talentos ainda não moldado pela cultura, o que só começa a ocorrer por volta dos 5 anos. Segundo ele, a educação costuma errar ao não levar em conta os vários potenciais de cada um. Além disso, é comum que essas aptidões sejam sufocadas pelo hábito nivelador de grande parte das escolas. Preservá-las já seria um grande serviço ao aluno. "O escritor imita a criança que brinca: cria um mundo de fantasia que leva a sério, embora o separe da realidade", diz Gardner.

Para pensar

Uma das conseqüências nefastas da valorização exclusiva da inteligência lógico-matemática é a tendência de definir o desempenho dos alunos mais pelo que eles não são (dada a impossibilidade de que todos se destaquem numa única área de conhecimento) do que pelo que são. Ainda prevalece o hábito de valorizar as habilidades relacionadas às artes e aos esportes apenas nas chamadas atividades extracurriculares. Você acha que, em sua prática diária, isso pode começar a ser mudado? De que forma?

Quer saber mais?

As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, Celso Antunes, 144 págs., Ed. Papirus, tel. (19) 3272-4500, 29,50 reais
Inteligência – Um Conceito Reformulado, Howard Gardner, 348 págs., Ed. Objetiva, tel. (21) 2199-7842 , 49,90 reais
Jogos para a Estimulação das Inteligências, Celso Antunes, 312 págs., Ed. Vozes, tel. (24) 2246-5552 , 44,30 reais
O Verdadeiro, o Belo e o Bom, Howard Gardner, 364 págs., Ed. Objetiva, 45,90 reais


Fotne: Nova Escola online

GESTÃO DE CONFLITOS EM SALA DE AULA

A gestão de conflitos nas salas de aula: Contributo para uma reflexão


Rui Trindade (Revista Aprendizagem, 2ª edição.)

Creio que a valorização dos conflitos, numa sala de aula, como objeto de preocupação dos professores, tem tanto a ver com o mal-estar que esses conflitos suscitam, como com as leituras que se vão construindo acerca dos mesmos, sobretudo quando estas tendem a perpetuar um conjunto de equívocos que aprisionam os docentes num mundo sem soluções.

Um desses equívocos se expressa através de leituras descontextualizadas, indiferenciadas e, quantas vezes, circunscritas de tais conflitos. Respostas que, por exemplo, ao entenderem os alunos como os únicos responsáveis pela eclosão desses conflitos, não são capazes nem de problematizar a qualidade e a adequabilidade dos desafios e das exigências pedagógicas a que esses alunos são submetidos, nem tampouco a qualidade dos apoios ou das regras do funcionamento das salas de aula.

Daí que seja necessário perguntar: é possível abordar os conflitos nestes espaços como um fenômeno linear e homogêneo?

João Amado (2000) num estudo produzido acerca das manifestações de indisciplina em escolas portuguesas, constata que os conflitos são de natureza diversa, quer quanto às suas causas, quer quanto ao modo como se afirmam, quer quanto às respostas que seria necessário implementar. Assim, considera que existem três níveis de indisciplina: um primeiro que se exprime através da perturbação do bom funcionamento da sala de aula, um segundo que diz respeito à conflitualidade interpares e um terceiro que se afirma pela existência de confrontos entre alunos e professores que, assumindo formas distintas, põem em causa a dignidade pessoal e profissional dos segundos. Trata-se de conflitos distintos que obrigam a respostas também distintas, seja no tipo de ações que se propõe, seja em sua amplitude, seja em termos das responsabilidades daqueles que as protagonizam.

Importa abordar, por isso, os conflitos na sala de aula através de leituras mais precisas tanto acerca das suas manifestações concretas, como acerca dos motivos que as poderão explicar, de forma a promover interpretações e respostas educativas suficientemente pertinentes. Importa abordar também esse tipo de conflito como um desafio que obriga os professores a problematizar os objetivos, as modalidades de organização e as modalidades de gestão do processo de ensino-aprendizagem, bem como os tipos de relacionamento que, neste âmbito, se estabelecem entre todos os envolvidos neste processo.

De acordo com estes pressupostos, pode afirmar-se que as respostas que os professores poderão accionar poderão ser direccionadas para dois alvos: (a) respostas preventivas relacionadas especificamente com a gestão do processo de ensino-aprendizagem; (b) respostas preventivas e remediativas relacionadas especificamente com a gestão dos comportamentos dos alunos.

No primeiro tipo de respostas, pretende-se que os professores repensem não só o modo de conceber o planejamento e a organização das atividades letivas, como também o modo de promover o processo de mediação pedagógica. Devem refletir, por exemplo, se abusam da utilização do método expositivo, se as suas aulas são monótonas e repetitivas, se o seu discurso oscila entre temas diversos e sem qualquer conexão lógica entre si, se as atividades que propõem são entendidas pelos alunos ou se têm em conta as suas dificuldades e, finalmente, se o apoio que lhes disponibilizam é o mais adequado.

Por sua vez, as respostas que se focalizam na gestão dos comportamentos obrigam os professores a repensar qual o estatuto das regras na sala de aula, como é que estas se constroem ou como é que são utilizadas como instrumento de hetero e de auto-regulação desses comportamentos. São respostas que devem conduzir os professores a refletir sobre o modo como se organizam para identificar os comportamentos perturbadores mais frequentes, para seleccionar aqueles que serão alvo de intervenção ou para refletir sobre as causas que poderão explicar a sua ocorrência,. Só a partir desta análise é que se tem a possibilidade de promover ações bem sucedidas no domínio da gestão dos comportamentos disruptivos.

AVALIAÇÃO

A avaliação deve orientar a aprendizagem

Esqueça a história de usar provas e trabalhos só para classificar a turma. Avaliar, hoje, é recorrer a diversos instrumentos para fazer a garotada compreender os conteúdos previstos

(novaescola@atleitor.com.br)

Durante muito tempo, a avaliação foi usada como instrumento para classificar e rotular os alunos entre os bons, os que dão trabalho e os que não têm jeito. A prova bimestral, por exemplo, servia como uma ameaça à turma. Felizmente, esse modelo ficou ultrapassado e, atualmente, a avaliação é vista como uma das mais importantes ferramentas à disposição dos professores para alcançar o principal objetivo da escola: fazer todos os estudantes avançarem. Ou seja, o importante hoje é encontrar caminhos para medir a qualidade do aprendizado da garotada e oferecer alternativas para uma evolução mais segura.

Mas como não sofrer com esse aspecto tão importante do dia-a-dia? Antes de mais nada, é preciso ter em mente que não há certo ou errado, porém elementos que melhor se adaptam a cada situação didática. Observar, aplicar provas, solicitar redações e anotar o desempenho dos alunos durante um seminário são apenas alguns dos jeitos de avaliar). E todos podem ser usados em sala de aula, conforme a intenção do trabalho. Os especialistas, aliás, dizem que o ideal é mesclá-los, adaptando-os não apenas aos objetivos do educador mas também às necessidades (e à realidade) de cada turma.

"A avaliação deve ser encarada como reorientação para uma aprendizagem melhor e para a melhoria do sistema de ensino", resume Mere Abramowicz, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Daí a importância de pensar e planejar muito antes de propor um debate ou um trabalho em grupo. É por isso que, no limite, você pode adotar, por sua conta, modelos próprios de avaliar os estudantes, como explica Mere. "Felizmente, existem educadores que conseguem colocar em prática suas propostas, às vezes até transgredindo uma sistemática tradicional. Em qualquer processo de avaliação da aprendizagem, há um foco no individual e no coletivo.

Mas é preciso levar em consideração que os dois protagonistas são o professor e o aluno - o primeiro tem de identificar exatamente o que quer e o segundo, se colocar como parceiro." É por isso, diz ela, que a negociação adquire importância ainda maior. Em outras palavras, discutir os critérios de avaliação de forma coletiva sempre ajuda a obter resultados melhores para todos. "Cabe ao professor listar os conteúdos realmente importantes, informá-los aos alunos e evitar mudanças sem necessidade", completa Léa Depresbiteris, especialista em Tecnologia Educacional e Psicologia Escolar.

Cipriano Carlos Luckesi, professor de pós-graduação em Educação da Universidade Federal da Bahia, lembra que a boa avaliação envolve três passos:

  • Saber o nível atual de desempenho do aluno (etapa também conhecida como diagnóstico);
  • Comparar essa informação com aquilo que é necessário ensinar no processo educativo (qualificação);
  • Tomar as decisões que possibilitem atingir os resultados esperados (planejar atividades, sequências didáticas ou projetos de ensino, com os respectivos instrumentos avaliativos para cada etapa).

"Seja pontual ou contínua, a avaliação só faz sentido quando leva ao desenvolvimento do educando", afirma Luckesi. Ou seja, só se deve avaliar aquilo que foi ensinado. Não adianta exigir que um grupo não orientado sobre a apresentação de seminários se saia bem nesse modelo. E é inviável exigir que a garotada realize uma pesquisa (na biblioteca ou na internet) se você não mostrar como fazer. Da mesma forma, ao escolher o circo como tema, é preciso encontrar formas eficazes de abordá-lo se não houver trupes na cidade e as crianças nunca tiverem visto um espetáculo circense.

Mere destaca ainda que a avaliação sempre esteve relacionada com o poder, na medida em que oferece ao professor a possibilidade de controlar a turma. "No modelo tecnicista, que privilegia a atribuição de notas e a classificação dos estudantes, ela é ameaçadora, uma arma. Vira instrumento de poder e dominação, capaz de despertar o medo." O fato, segundo ela, é que muitos educadores viveram esse tipo de experiência ao frequentar a escola e, por isso, alguns têm dificuldade para agir de outra forma.

Para Mere, essa marca negativa da avaliação vem sendo modificada à medida que melhora a formação docente e o professor passa a ver mais sentido em novos modelos. Só assim o fracasso dos jovens deixa de ser encarado como uma deficiência e se torna um desafio para quem não aceita deixar ninguém para trás.

COMO APRESENTAR OS RESULTADOS

Observar, anotar, replanejar, envolver todos os alunos nas atividades de classe, fazer uma avaliação precisa e abrangente. E agora, o que fazer com os resultados? Segundo os especialistas, a avaliação interessa a quatro públicos:

  • ao aluno, que tem o direito de conhecer o próprio processo de aprendizagem para se empenhar na superação das necessidades;
  • aos pais, corresponsáveis pela Educação dos filhos e por parte significativa dos estímulos que eles recebem;
  • ao professor, que precisa constantemente avaliar a própria prática de sala de aula;
  • à equipe docente, que deve garantir continuidade e coerência no percurso escolar de todos os estudantes.

Cipriano Luckesi diz que, "enquanto é avaliado, o educando expõe sua capacidade de raciocinar". Essa é a razão pela qual todas as atividades avaliadas devem ser devolvidas aos autores com os respectivos comentários. Cuidado, porém, com o uso da caneta vermelha. Especialistas argumentam que ela pode constranger a garotada. Da mesma forma, encher o trabalho de anotações pode significar desrespeito. Tente ser discreto. Faça as considerações à parte ou use lápis, ok?

Fonte: Nova escola online

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

TIC's


A ESCOLA NÃO DEVE ESTAR ALHEIA ÀS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO, HÁ A NECESSIDADE DE MUDANÇAS PEDAGÓGICAS, ESPECIFICAMENTE NA METODOLOGIA E NA "CABEÇA" DOS ENVOLVIDOS.
O QUE SE VÊ SÃO EQUIPAMENTOS ENCAIXOTADOS OU EM DESUSO, ENFEITANTO SALAS.
SERÁ TÃO DIFÍCIL ENTENDER QUE DA MESMA FORMA QUE DIVERSOS MATERIAIS PEDAGÓGICOS CORRIQUEIROS DO DIA-A-DIA DA ESCOLA SÃO IMPORTANTES?!!, O RECURSO DE INFORMÁTICA TAMBÉM É. É ELE QUE DÁ SUPORTE POTENCIALIZADOR AOS TRABALHOS DO PROFESSOR.
A SALA DE INFORMÁTICA É UM RECURSO PRECIOSO E DEVE SER "VISTO" COMO TAL, INSERIDO AO "ROL" DO QUE A ESCOLA OFERECE AOS PROFESSORES, ALUNOS E COMUNIDADE COMO FORMA DE INCLUSÃO DIGITAL.
(...)

(GNeto Lopes)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

8 atitudes do professor que desestimulam

1. Falta de motivação do professor
Simão de Miranda, educador e psicólogo, acredita que um dos principais geradores de desestímulo nos alunos é a falta de motivação no próprio professor. “É uma cadeia. O professor desmotivado não se mobiliza para encontrar iniciativas criativas e inovadoras dentro do contexto da Educação. Ele espera que as soluções para suas aulas apareçam prontas, como num toque de mágica, ou venham de autoridades públicas, sendo que também cabe ao professor buscar novos recursos pedagógicos e metodologias que estimulem seus alunos em seus aprendizados”, opina o professor Miranda.
Um professor pouco estimulado e que não acredita no seu potencial de educador produz aquém do que sua capacidade permite e não aproveita devidamente os recursos que tem em mãos ou que sua escola oferece. Não raramente, esquece-se de que é uma peça-chave da sociedade na formação de cidadãos. “O educador precisa crer no valor de sua profissão, saber que esse ofício vai muito além da missão de passar conteúdos didáticos. E este pode ser um pensamento promissor para o professor se sentir mais motivado e conseguir transmitir mais paixão aos alunos, estimulando-os também”, aponta Miranda.

2. Falta de afeto
Poucas relações são tão intensas quanto a do professor com seus alunos. Eles se encontram diariamente, por um período ou mais, e permanecem juntos durante todo o ano letivo, realizando uma série de atividades. No entanto, nem sempre chegam a estreitar laços afetivos, o que, para o educador e psicólogo Simão de Miranda, pode provocar desestímulo nos alunos. ”Uma convivência diária sem afetividade torna-se intragável para todos e compromete o interesse dos alunos pelo ambiente, pelas vivências e pelos conteúdos passados”, garante o professor. “Quando há afeto, há confiança, há respeito, e cria-se um ambiente muito mais propício para o sucesso do processo de aprendizagem”, afirma Simão de Miranda.
Heliane Fernandes Rotta, administradora escolar do Sesi 085, em Piracicaba, SP, concorda: "Ao longo de minha trajetória profissional, sempre notei que a motivação do aluno está intimamente atrelada ao relacionamento interpessoal dele com o professor. Relacionamento este que deve ser respeitoso, mas não permissivo; firme, mas não rude, e que, por meio dele, o educador consiga perceber tanto as dificuldades quanto as potencialidades do aluno, estimulando-o a superá-las ou a desenvolvê-las.

3. Falta de cuidado com a aparência
Isso mesmo! Para a educadora Neide de Aquino Noffs, coordenadora do curso de psicopedagogia da PUC-SP e professora da Faculdade de Educação da mesma instituição, a aparência do professor faz toda a diferença quando o assunto é despertar o interesse do aluno ou incentivá-lo a estudar mais. “O aluno está construindo sua identidade, e o professor é, sem dúvida, uma referência importante. Se ele vai para a escola com um visual desagradável, usando roupas sujas ou amassadas, certamente vai desestimular o aluno a interagir e a dialogar com ele”, explica Neide Noffs, que completa: “Não quero dizer que o professor precisa vestir roupas caras, sofisticadas, formais. Mas precisa estar com uma aparência boa, leve, e ter uma higiene pessoal impecável, inclusive para estimular o aluno a também se cuidar.

4. Falta de interação e uso de rótulos
Além dos pais e da direção da escola, também os alunos estão exigindo mais do desempenho do professor. “Nada desanima mais um aluno do que um professor que entra na sala, explica um assunto rapidinho e manda fazer, durante uma ou duas aulas inteiras, os exercícios da apostila, enquanto ele fica em sua mesa corrigindo cadernos ou provas de outras turmas”, reclama Arthur Henrique Grillo Mori, estudante de 11 anos do Colégio Professor Carneiro Ribeiro, na zona sul de São Paulo. O aluno, cujas notas variam entre 7 e 9, gostaria que o professor sugerisse dinâmicas diferentes, conteúdos novos e, principalmente, que interagisse mais com a turma. “É cansativo ficar tanto tempo num mesmo tipo de atividade, aí acabamos conversando com os amigos, e isso irrita a professora”. Pronto, está armada aí uma perigosa situação: aluno fica entediado, começam as conversas paralelas, professor fica bravo, repreende os alunos e pode afastá-los para longe dele. “Tem professor que, quando bravo, acaba usando nossos pontos fracos para dar bronca e isso nos faz perder o respeito por ele, algumas vezes até sentir ódio”, desabafa o jovem Arthur.
Eis aí mais um cuidado ao qual o docente precisa ficar atento: a linguagem. O professor deve lembrar sempre que todo julgamento que faz sobre um aluno é rapidamente absorvido. Portanto, trabalhar com rotulações, mesmo num momento de muita ira, pode desestimular a criança ou o adolescente em vários aspectos. Segundo a educadora Neide de Aquino Noffs, o mais comum é ouvir professores dizendo, em situações de descontrole, “eu não ganho pra isso”, “você não tem jeito mesmo”. “E isso é extremamente prejudicial. O docente precisa usar a linguagem (tanto a oral quanto a escrita) para ajudar o outro, e não para prejudicá-lo ou colocá-lo pra baixo”, defende Neide.

5. Falta de segurança
Professor despreparado seja porque veio de um Ensino Superior deficiente seja porque não atualizou seus conhecimentos ao longo de sua carreira tem grandes chances exercer sua prática com insegurança, e, conseqüentemente, desestimular os alunos. Essa é a opinião da administradora escolar Heliane Fernandes Rotta, de Piracicaba, SP. “Entre os alunos sempre existe aquela expectativa de que o docente seja um ‘mestre’ em sua essência”, afirma a educadora. E, se os alunos percebem que o professor tem pouco domínio dos conteúdos no momento de transmitir os conhecimentos, possivelmente eles podem perder o encanto e admiração por aquele profissional.
A insegurança do docente pode vir, não só da falta de conhecimentos, como da falta de pedagogia. E, neste caso, até as crianças menores acabam percebendo. “É por intuição, por observação”, acredita Neide de Aquino Noffs, coordenadora do curso de psicopedagogia e professora da Faculdade de Educação, na PUC-SP.

6. Falta de humor
“Um aluno chega atrasado para a aula. Ao entrar na sala, ainda faz uma gracinha, fingindo ter tropeçado na carteira do colega. A classe vai abaixo, todos começam a rir”. Numa situação como esta, corriqueira nas escolas, a educadora Neide de Aquino Noffs agiria da seguinte maneira: “Daria risada junto, mesmo que eu não tivesse achado lá muito engraçado, esperaria a turma se acalmar e retomaria minha aula”. Por que ela adotaria esse comportamento? “Porque o professor precisa entrar no universo daquela criança, ou daquele jovem. Precisa lembrar com que faixa-etária está trabalhando e precisa saber sorrir na diversão do outro”, responde.
Em outras palavras, o educador precisa dispor de um humor flexível e saber olhar as situações de forma mais alegre. Do contrário, pode desestimular um aluno a também participar do seu universo. Ou seja, o professor não participa da brincadeira da criança, então ela também pode se recusar a participar da aula daquele professor que considera ranzinza. “Não se pode criar fatores de indisposição para a aprendizagem”, aconselha Neide, também doutora em Didática pela Universidade de São Paulo.

7. Falta de avaliação
Por menos despreocupado que um aluno seja a tendência é ele sempre ganhar ânimo quando recebe boas notas. Mas isso não quer dizer que o professor deve dar uma nota que ele não mereça, só para estimulá-lo. A função do docente, isso sim, é saber avaliar todo o processo de aprendizagem, e não querer medir o nível de conhecimento de um aluno apenas com provas mensais ou bimestrais. Lições de casa, participação em aula, contribuições trazidas da família para os colegas, todas essas são situações diversas que podem representar muito e ser somadas ao produto final, que é a prova. “A prova é uma situação de pressão, que pode gerar a não-aprendizagem, que é diferente de desconhecimento”, explica Neide de Aquino Noffs. Segundo ela, aplicar sempre um mesmo tipo de avaliação pode, sim, desestimular o aluno, sobretudo aquele que aprensenta um baixo rendimento, não porque não aprendeu, mas porque se cobra muito na hora da prova, fica nervoso e com medo.

8. Falta de cuidados na hora da leitura
Que a leitura de livros é importante na trajetória escolar de um aluno, todo professor provavelmente concorda. No entanto, apesar de muitos educadores já terem incorporado essa atividade à rotina escolar, ainda a realizam sem alguns cuidados básicos, correndo sérios riscos de desestimular leitores que poderiam chegar longe no encantado universo da literatura. “A escola tem um papel importante na formação de um leitor, mas o professor precisa considerar certos preceitos antes de indicar um livro ou fazer a leitura dele em sala”, defende Nye Ribeiro, educadora, jornalista e escritora, com mais de 40 obras publicadas.

O primeiro cuidado está na escolha da obra, que não deve se basear apenas no seu caráter utilitário (“Ah, esse livro se encaixa no tema que estou trabalhando”). Segundo Nye, que é também diretora do departamento editorial da Roda & Cia Editora, o professor tem de observar a qualidade literária, a beleza do texto, a ilustração, o conteúdo e os valores implícitos nas entrelinhas (“Será que esse livro tem a ver com o meu projeto de educação, com o ser humano que eu desejo formar?”).
Outra preocupação é providenciar um lugar especial para a leitura, com livros bonitos e bem escritos, e definir um horário específico para essa atividade todos os dias. “Uma leitura obrigatória ou mal feita, realizada por um professor que nem se deu ao trabalho de abrir aquele livro antes, certamente é capaz de gerar desestímulo nas crianças, que podem acabar se afastando do livro antes mesmo de descobrir o prazer que eles proporcionam”, conclui Nye.

FONTE: Revista Nova Escola Online.

domingo, 14 de novembro de 2010

ASSIM NÃO DÁ! - VALORIZAR A CULMINÂNCIA EM VEZ DOS CONTEÚDOS

Um evento, como a festa de lançamento de um livro de contos feito pela garotada, não pode ser mais importante do que a aprendizagem dos conteúdos durante a realização das atividades do projeto. Afinal, é essencial garantir que os alunos tenham avançado na leitura e na escrita desse gênero.

A apresentação ou a entrega de um projeto, a chamada culminância, deve servir apenas como a conclusão de um processo permeado pelo aprendizado do início ao fim, o que permite aos alunos partir de um estágio menor de conhecimento para outro maior. Quando o enfoque fica apenas no resultado final ou no propósito social da atividade, corre-se o risco de não atingir plenamente os objetivos didáticos estabelecidos.

Então, para evitar equívocos, é fundamental que, ao planejar qualquer atividade, todo professor tenha em mente os objetivos do trabalho a curto, médio e longo prazos. Esses objetivos devem orientar a definição dos encaminhamentos metodológicos e a escolha das atividades propostas e das estratégias de ensino.

Da mesma forma, eles devem nortear os critérios de avaliação, permitindo o redimensionamento da prática pedagógica, quando necessário, para que a aprendizagem se concretize. Com isso, ampliamos as chances de alcançar os propósitos didáticos em todas as etapas, minimizando os riscos de restringir os objetivos apenas à conclusão, seja ela qual for. Isso não significa que o produto final não deva ser valorizado. É preciso considerar, sempre, o processo como um todo.


Fonte: Revista Nova Escola on line.

domingo, 7 de novembro de 2010

CALEM A BOCA NORDESTINOS!!!

Em resposta a MAYARA PETRUSO, que incentivou o preconceito contra os Nordestinos, no twitter.


CALEM A BOCA NORDESTINOS!!!

A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.

Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra… outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.

Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”.

Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos “amigos” Houaiss e Aurélio) do nosso país.

E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!

Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!

Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?

Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?

Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?

Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos… pasmem… PAULISTAS!!!

E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.

Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura…

Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner…

E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia…

Ah! Nordestinos…

Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?

Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.

Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!

Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!

Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário… coisa da melhor qualidade!

Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso… mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!

Minha mensagem então é essa: – Calem a boca, nordestinos!

Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.

Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.

Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoem, queridos irmãos nordestinos!

(Autora desconhecida)

sábado, 28 de agosto de 2010

NEM CRISTO AGUENTARIA SER PROFESSOR

O Sermão da montanha (*versão para educadores*)


Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.
Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.
Tomando a palavra, disse-lhes:
- “Em verdade, em verdade vos digo:
Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Felizes os misericordiosos, porque eles...”
Pedro o interrompeu:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?
André perguntou:
- É pra copiar?
Filipe lamentou-se:
- Esqueci meu papiro!
Bartolomeu quis saber:
- Vai cair na prova?
João levantou a mão:
- Posso ir ao banheiro?
Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?
Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!
Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?
Tiago Maior indagou:
- Vai valer nota?

Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.
Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?
Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!

Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos? Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?

Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?

Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade. Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto. E vê lá se não vai reprovar alguém! Lembre-se que você ainda não é professor titular...