Caro visitante,

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sábado, 23 de dezembro de 2017

COMO ORGANIZAR SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS

Respondemos a dez perguntas fundamentais para planejar boas sequências didáticas

Por: Elisa Meirelles


Um dos grandes desafios dos professores é como fazer um planejamento capaz de levar a turma a um ano de muita aprendizagem. No livro Ler e Escrever na Escola, o Real, o Possível e o Necessário (128 págs., Ed. Penso, tel. 0800-703- 3444, 46 reais), Delia Lerner diz que "o tempo é um fator de peso na instituição escolar: sempre é escasso em relação à quantidade de conteúdos fixados no programa, nunca é suficiente para comunicar às crianças tudo o que desejaríamos ensinar-lhes em cada ano escolar". E a constatação não poderia ser mais realista.

Escolher quais conteúdos abordar e de que maneira são questões fundamentais para o sucesso do trabalho que será realizado ao longo do ano. A tarefa é complexa, mas há algumas orientações essenciais que ajudam nesse processo. "Um bom planejamento é aquele que dialoga com o projeto político-pedagógico (PPP) da escola e está atrelado a uma proposta curricular em que há desafios, de forma que exista uma progressão dos alunos de um estado de menor para um de maior conhecimento", orienta Beatriz Gouveia, coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá. "Tendo claras as diretrizes anuais, o docente pode desdobrá-las em propostas trimestrais (ou bimestrais) e semanais, organizadas para dar conta do que foi previsto", complementa Ana Lúcia Guedes Pinto, professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Faz-se necessário criar situações didáticas variadas, em que seja possível retomar os conteúdos abordados em diversas oportunidades. Isso pressupõe um planejamento que contenha diferentes modalidades organizativas: projetos didáticos, atividades permanentes e sequências didáticas.

Confira, a seguir, as respostas a dez perguntas imprescindíveis para planejar e implementar boas sequências didáticas.
1 Como definir o tema da sequência didática?

As sequências sempre são parte de um planejamento didático maior, em que você coloca o que espera dos estudantes ao longo do ano. A escolha dos temas de cada proposta não pode ser aleatória. Se, por exemplo, seu objetivo for desenvolver bons leitores, precisa pensar qual desafo em relação à leitura quer apresentar à classe. Com base nele, procure os melhores gêneros textuais para trabalhar. "É preciso organizar as ações de modo que exista uma continuidade de desafos e uma diversidade de atividades", explica Beatriz. Converse com o coordenador pedagógico e com os outros docentes, apresente suas ideias e ouça o que têm a dizer. Essa troca ajudará a preparar um planejamento eficiente.

2 O que levar em conta na sondagem inicial?

A sondagem é fundamental a todo o trabalho por ser o momento em que são levantados os conhecimentos da turma. Muitas vezes, os professores acham que perguntar "o que vocês sabem sobre..." é suficiente para ter respostas, mas não é bem assim. Essa etapa inicial já configura uma situação de aprendizagem e precisa ser bem planejada. Em vez da simples pergunta, o melhor é colocar o aluno em contato com a prática. No caso de uma sequência sobre dinossauros, por exemplo, distribua livros, revistas e imagens sobre o tema aos alunos, proponha uma atividade e passe pelos grupos para observar como se saem. Não se preocupe se precisar de mais de uma aula para realizar a primeira sondagem.

3 Como estabelecer conteúdos e objetivos?

Conteúdo é o que você vai ensinar e objetivo o que espera que as crianças aprendam. Se, por exemplo, sua proposta for trabalhar com a leitura de contos de aventura, precisa parar e pensar o que especificamente quer que a turma saiba após terminar a sequência. "Pode ser comportamento leitor do gênero, característica da linguagem", exemplifica Beatriz. De nada adianta defnir um conteúdo e enxertar uma série de objetivos desconexos ou criar uma sequência com muitos conteúdos. Como escreve Myriam Nemirovsky no livro O Ensino da Linguagem Escrita (159 págs., Ed. Artmed, 0800-703-3444, edição esgotada), "abranger uma ampla escala de conteúdos e crer que cada um deles gera aprendizagem significa partir da suposição de que é possível conseguir aprendizagem realizando atividades breves e esporádicas. Porém, isso está longe de ser assim".

4 De que modo atrelar atividades e objetivos?

Definido o que você vai ensinar e o que quer que a turma aprenda, é hora de pensar nas estratégias que vai usar para chegar aos resultados. Vale detalhar esse "como fazer" nas atividades da sequência, que nada mais são que orientações didáticas. O melhor, nesse momento, é analisar cada um dos conteúdos que se propôs a trabalhar, relembrar seus objetivos e ir desdobrando-os em ações concretas. "Para que a classe conheça as características de determinado gênero, por exemplo, posso pensar em itens como: leituras temáticas, análises de textos de referência, análise de alguns trechos específicos e verificação do que ficou claro para a turma", sugere Beatriz. Cada atividade tem de ser planejada com intencionalidade, tendo os objetivos e conteúdos muito claros e sabendo exatamente aonde quer chegar.

5 Que critérios usar para encadear as etapas?

Quando você pensa nas ações de uma sequência didática, já tem na cabeça uma primeira ideia de ordem lógica para colocá-las. Para que essa organização dê resultado, lembre-se de pensar em quais conhecimentos a classe precisa para passar de uma atividade para a seguinte (considerando sempre que os alunos têm necessidades de aprendizagem diversas). Como escreve Myriam, "a sequência didática será constituída por um amplo conjunto de situações com continuidade e relações recíprocas". Quanto mais você sabe sobre a prática, as condições didáticas necessárias à aprendizagem e como se ensina cada conteúdo, mais fácil é para fazer esse planejamento. Se ainda não tiver muita experiência, não se preocupe. Pode fazer uma primeira proposta e ir vendo quais ações têm de ser antecipadas ou postergadas.
6 Como estimar o tempo que dura a sequência?

A resposta a essa pergunta não está relacionada à quantidade de tarefas que você vai propor, mas à complexidade dos conteúdos e objetivos que tem em mente. Para saber a duração de uma sequência, leve em conta o que determinou que os alunos aprendam e quanto isso vai demorar. Cada ação pode exigir mais ou menos tempo de sala de aula. "Repertoriar uma criança em um gênero, por exemplo, demanda mais horas do que uma sequência de fluência leitora", diz Beatriz. É importante, também, pensar em como essa sequência se encaixa na grade horária da escola e como se relaciona com as demais ações que estão sendo realizadas com as crianças. Se, por exemplo, você tem duas aulas por semana, as propostas vão demorar mais do que se tivesse três. "Organize o tempo de modo que seja factível realizar todas as atividades previstas", orienta Ana Lúcia.

7 Qual a melhor forma de organizar a turma?

"No curso de cada sequência se incluem atividades coletivas, grupais e individuais", escreve Delia. Cada uma funciona melhor para uma intenção específica. "Você propõe uma atividade no coletivo quando quer estabelecer modelos de comportamentos e procedimentos", explica Beatriz. Ao participar de um grupo e trocar com os colegas, a criança tem aprendizados que são úteis quando ela for trabalhar sozinha. Já uma atividade em dupla é interessante quando quiser que o aluno tenha uma interação mais focada, apresentando suas hipóteses e confrontando-as com o outro. As propostas individuais, por sua vez, permitem à criança pôr em xeque os conhecimentos que construiu. Essas organizações são critérios didáticos que precisam ser pensados com base nos objetivos da cada etapa e nas características da classe.

8 Como flexibilizar as atividades?

É bem provável que você tenha, na turma, crianças com necessidades educacionais especiais (NEE). E elas não podem ficar de fora do planejamento. Procure antecipar quais ajustes podem ser necessários para que elas participem das propostas. As adaptações não devem ser vistas como um plano paralelo, em que o aluno é segregado ou excluído. A lógica tem que ser o contrário: diferenciar os meios para igualar os direitos, principalmente o direito à participação e ao convívio. O ideal é que a escola conte com um profissional de Atendimento Educacional Especializado (AEE), que ajude você nessa tarefa, orientando-o sobre como atuar em classe e complementando a prática na sala de recursos. A inclusão não é obrigação apenas dos professores, mas de toda a escola. Para mais orientações sobre o tema, acesse aqui.

9 Posso mudar os planos no meio do caminho?

Pode, sim. As sequências são planejadas com base em uma hipótese de trabalho. Quando chega a turma de verdade, é natural que alguns ajustes sejam necessários. Quem sabe precise retomar certos conteúdos que não ficaram claros no ano anterior ou mudar a estratégia de uma etapa que não combina com o perfil da classe. Tome cuidado, no entanto, para não perder de vista os objetivos iniciais. Como explica Ana Lúcia, "o planejamento dá condições para o professor chegar preparado em sala de aula e, se for o caso, abrir mão de uma atividade, postergar, antecipar". Só assim consegue-se alcançar resultados concretos. "Toda proposta didática implica riscos; um deles é que a adote com rigidez, com certa ortodoxia. A flexibilidade é uma característica fundamental, que deve existir sempre no trabalho didático", defende Myriam em seu livro.

10 Como avaliar o que a turma aprendeu?

A avaliação pode ser feita de diferentes formas. A pergunta principal que você tem de responder, ao final de uma sequência, é se os alunos avançaram de um estado de menor para um de maior conhecimento sobre o que foi ensinado. Para isso, vale registrar os progressos de cada estudante, observando como ele se sai nas atividades, desde a sondagem inicial - que já é uma situação de aprendizagem - até a etapa final. Ao analisar esses registros, fica fácil entender quais foram os avanços dos alunos. Aliado a isso, pense em atividades avaliativas propriamente ditas, como provas e trabalhos. Essas propostas precisam estar diretamente ligadas ao que você ensinou na sala de aula. Retome os objetivos propostos e prepare uma consigna na qual fiquem claros os saberes que estão sendo pedidos aos estudantes.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

EDUCAÇÃO INTEGRAL X EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL

Educação Integral
Educação em Tempo Integral


A DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA NAS ESCOLAS

O artigo  abaixo foi escrito pelo saudoso Prof. Nelson Lehmann da Silva, pioneiro na luta contra a doutrinação ideológica nas escolas, grande incentivador do EscolasemPartido.org.

A Constituição Cidadã de 1988 dá direito de voto ao jovem de 16 anos. O que sabe ele de política?
Como “Cara Pintada” sai ele pelas ruas em demonstrações típicas de oposição. Repete slogans colhidos na mídia, insultando alguma autoridade, quase sempre manipulado por militantes partidários profissionais. A escola e seus professores “fizeram sua cabeça”, incutindo-lhes certas doutrinas carregadas de imprecisas emoções. A escola pública brasileira, mas também as caras escolas particulares da elite, sãousinas onde se formam mentes simplórias e confusasmas agudamente hostísao Capitalismo e aos Estados Unidos da América.

Sabidamente, todos os sistemas totalitários dedicam especial atenção à formação da juventude. E doutrinam , sob pretexto de ensinar. Impõem uma “verdade”coerente com o poder vigente ou a ser implantado.
No Brasil, hoje, as noções transmitidas de política e cidadania estão flagrantemente contaminadas de conceitos marxistas, particularmente no ensino de nível médio. O que se ensina nas aulas de História, Sociologia, Geografia, e mesmo em Literatura ou Filosofia, não passa de doutrinação.
Na maioria dos Estados, a rede pública de ensino está sob controle de docentes sindicalistas, militantes partidários.Os textos escolares, quase sem exceção, empregam o vocabulário marxista, mesmo o mais ortodoxo, como “consciência de classe”, “luta de classes”, “modos de produção”, “exploração internacional”, “imperialismo americano” e a rotineira demonização do Capitalismo.
O aluno que chega à Universidade vem viciado nos esquemas mentais apreendidos de seus mal-formados mestres de Ciências Humanas.
No nível superior vão deparar-se igualmente comprofessoresassumida ou sutilmente tendenciosos à esquerda.Ali já teriam critérios próprios que os poderiam imunizar, na melhor das hipóteses. O mal porém já está feito, desde a adolescência, desde a formação de suas opiniões.
Hoje, o “politicamente correto” proíbe a menor menção vexatória a religiões, culturas, raças, opções sexuais. Mas não se observa o menor escrúpulo emridicularizar lideranças políticas e autores que não rezemsegundo a cartilha esquerdizante. Os métodos de constrangimento vão do sorriso condescendente à perda de pontos por respostaideologicamente discordante da do respectivo professor. No discurso se propaga a intenção de “formar o cidadão crítico”; na verdade a crítica já é dada pronta, pré-fabricada.
Concursos e admissão de professores dependem de critérios inquestionavelmente políticos. Exemplos mais flagrantes disso foram observados no Estado do Rio Grande do Sul e no Distrito Federal, onde a máquina burocrática tem sido dominada há décadas por partidos de esquerda. Os textos escolares comprovam o implícito ou explícito marxismo. Diferentes
dos tradicionais manuais de História, de autores conhecidamente eruditos, os atuais textos didáticos são produzidos em autoria coletiva, portando mínima ou nenhuma titulação. A indústriado livro escolar, seja dito de passagem, de consumo obrigatório e em grande escala, será um dos melhores negócios nas atuais circunstâncias.
Parcialidades e Distorções
A ideologiamarxista é hoje tão difusa, tão generalizada e consensual em nosso meioeducacional, que passa despercebida como sendo apenas uma determinada interpretação da realidade. Tornou-se “A” ciência. Os próprios vocábulos empregados já vêm impregnados de sentido ideológico, começando com a palavra CAPITALISMO, com sua conotação imediatamente negativa. Algumas das teses mais correntes e tidas como inquestionáveis poderão ser assim exemplificadas :
- IGREJA: a imagem projetada da Igreja é predominantemente a de uma instituição implicada com o poder, retrógrada e manipuladora de consciências.
- COLONIZAÇÃO: a colonização européia da América, África e Ásiaé retratada exclusivamente em termos negativos, como imposição cultural e exploração econômica.
- ESTADOS UNIDOS: o extraordinário fenômeno do surgimento desta potência hegemônica fica sem maiores explicações, a não ser em termos predominantemente condenatórios.
- CUBA: uma revolução enfocada com simpatia e louvor sem qualquer ressalva.
- COMUNISMO: o fracasso da experiência comunista e o desmoronamento do Império Soviético vêm obrigatoriamente descrito, mas sem uma análise crítica de suas causas.
- CAPITALISMO: sinônimo de perversão e obstáculo a uma civilização harmônica e pacífica.
As teses acima podem ser facilmente encontradas na grande maioria dos textos escolares hoje adotados, tanto na rede pública quanto na rede privada. Assim também nosVestibulares – provas de admissão ao nível universitário – que apresentam questões em que tais ensinamentos são pressupostos.
Não se trata, de nossa parte, de negar aspectos negativos daquelas instituições e episódios. Mas sim apontar a parcialidade e tendenciosidade dos enfoques. Não se levantam os prós e contras de situações históricas, praticando-se meramente denúncias a bodes expiatórios já de antemão escolhidos. Não se apresentam problemas como problemas, o que seria a finalidade da verdadeira educação.
A coloração marxista de nosso ensino hoje está infiltrada em todas as disciplinas. Em recente prova de matemática, de escola religiosa particular em Brasilia, a tarefa envolvia o cálculo de crianças mortas de inanição, por hora, no mundo. Nas entrelinhas uma condenação ao sistema capitalista.Mas as matérias diretamente propícias a doutrinação têm sido tradicionalmente as chamadas Humanas: História e eventualmente Sociologia. Mas a chamada Nova Geografia e a recentemente introduzida Filosofia, revelam-se surpreendentemente apropriadas aos propagadores do socialismo.
Sob influencia do professor Milton Santos, o papa da nova geografia, esta ciência extravasou para o terreno de uma pretensa economia, onde se discute ainda em termos de “economias periféricas dependentes” eos lucros do capital às custas da destruição do meio-ambiente . O fenômeno da Globalização será tratado como óbvio ardil do capital multinacional.
Já uma iniciaçãoà Filosofia poderia ser saudada como valiosa para a formação do jovemestudante. A questão é definir qual Filosofia? Ou o que entendem por filosofia? E a ser monitorada por quem ? Trata-se de uma poderosa arma, para o bem ou para o mal, da mais alta responsabilidade. E assim sendo, melhornenhuma do que uma tendenciosa ideologia travestida de Filosofia.
Que a visão marxista seja ensinada, sim, mas como visão marxista, e não como “A” Filosofia. Os manuais disponíveis nesta área são nitidamente calcados no vocabulário e no método marxista, destacando-seos da conhecida militante marxista Marilena Chauí.
Uma leitura direta de Aristóteles, acessível mesmo a não iniciados, poderia ser a melhor solução, enquanto não se encontre um texto isento.
Diretrizes Governamentais
O Ministério da Educação – órgão federal que centraliza o sistema educacional brasileiro – tem voltado sua atenção para o problema do livro didático nestes últimos anos.
Diante da profusão de manuais escolares que a cada ano élançada no mercado, denotando uma indústria que não conhece crise, o MEC arrogou a si a tarefa de avaliar seus métodos e conteúdos. Nomeou para isso comissões de professores, sem que se saiba sob quais critérios. Tais comissões produzem – já em segunda edição – GUIAS DE LIVROS DIDÁTICOS, com o fim de orientar mestres e escolas nas diferentes disciplinas. Classificam assim os textos como recomendáveis, recomendáveis com ressalvas e não recomendáveis.
Critérios foram previamente estabelecidos para guiar tais avaliações. Além dos critérios gerais, cada comissão define os específicos para sua área. Todos enfatizam o objetivo de “formar cidadãos críticos e responsáveis”, e expressam condenação a preconceitos ou juízos de valor quanto a culturas, religiões, raças, costumes, etc.
Curiosamente, entre tais preconceitos, não se menciona o político-ideológico. É vedada toda discriminação cultural, raciale de gênero, mas nunca se explicita a discriminação partidária. No GUIA DO LIVRO DIDÁTICOpara a 6a. 7a. e 8a. série, de 2000 – 2001, à página 460, encontramos a absurdidade que abaixo reproduzimos:
 Nenhum livro poderá ser considerado bom ou ruim por sua declarada ou implícita opção, por exemplo, pelo idealismo, pelo marxismo, pelo tradicionalismo social, ou por qualquer outra perspectiva ou forma de encarar a vida ou a sociedade. O que caracteriza, de fato, um bom livro de História é sua coerência e adequaçãometodológica.”
Teríamos assim aprovados bons livros nazistas, maoístas, anarquistas, etc., desde que coerentes consigo mesmos. Critério talvez aceitável para um nível superior, nunca para adolescentes de nível médio. Na verdade, o que aqui se insinua, não passa de total permissão à ideologia marxista.
A publicação do MEC elogia, por exemplo, o manual “Brasil, uma História em Construção”, de José R. Macedo e Mariley Oliveira, com a seguinte observação:
É excelente, p. ex.,o texto que se encontra à página 9, onde se afirma que “não existe apenas uma verdade única na História...toda verdade no fundo é relativa,...Nem sempre o que é verdade para nós será o mesmo para pessoa diferente de nós.”
Temos aqui exemplificado um explicito relativismo, ou negação da ciência e da ética, num manual de história paraadolescentes 1.
Educar para a Cidadania
Educar para a cidadania é também função da escola. Todas as nações de alguma maneira o fazem. Nos Estados Unidos esta instrução se dáem nível predominantemente técnico; o funcionamento da máquina burocrática, governo, partidos, eleições, constituição, administrações regionais, etc. Adisciplina da História transmitirá sentimentos patrióticos, sem etnocentrismos ou xenofobias.
Na atual Alemanha estruturou-se um sistema digno de estudo, para eventual aproveitamento nosso. O Poder Legislativo, coordenando todos os Partidos, mantém e financia escritórios em todas as principais cidades, para informação e formação política de todos os cidadãos, particularmente dos estudantes. É a Central para Formação Política, (Bundeszentrale fuer Politischen Bildung). Esta instituição pluripartidária publica livros, filmes e CDs, mapas e estatísticas, e mais um boletim mensal. Além disso, oferece cursos e palestras a classes de alunos ou outra categoria, sempre gratuitamente. Questões de fundo são discutidas por diferentes autores. Uma admirável instituição democrática. No Brasil estamos longe disso.
A tônica do que se ensina hoje em nossas escolas consiste em explícitas ou veladas críticas e denúncias. É o fácil maniqueísmo, em que se procura um culpado para nossas deficiências. Quando se repete exaustivamente a fórmulavencedores/vencidos, exploradores/explorados, dominadores/dominados,se está reproduzindo o difuso mito do conflito entre os bons e os maus. Fórmula fácil e confortável, pois nos exime de responsabilidades. Acoplado a isso temos a implícita superstição de que uma instância superior, chamada Estado, ou Governo, suprirá nossas necessidades, nos protegerá e fará justiça. E será o culpado por tudo que não for conforme nossas ilusões. Cacoetes culturais.
O que uma honesta formação para a cidadania deveria propor, deveria ser muito mais positivo. Valorizar a responsabilidade individual, estimular o espírito empreendedor, a inventividade, a inovação, o assumir riscos, ter objetivos autônomos, providenciar o próprio futuro. Saber confiar em si mesmo para assim construir uma sociedade de confiança.
O jovem brasileiro recebe uma carga cultural que menospreza a livre iniciativa. Persiste o ideal de ser um funcionário do grande pai Estado, providencial e magnânimo. Aqui reside o obstáculo que nos impede de finalmente decolar e nos tornarmos uma nação digna de suas potencialidades.
Ao atacar a problemática pontual do ensino de nível médio sei que a dificuldade é mais abrangente,implicada em todo um ambiente cultural. Há uma histórica influência da Igreja Católica, hostil ao individualismo empreendedor. Já os professores são formados em Universidades onde a opinião reinante sempre privilegiou o socialismo. Em grande parte desconhecem teorias alternativas, que de antemão são descartadas. Mas tal ignorância não justifica a intencional militância partidário-política, que faz da escola um favorito campo de doutrinação, aproveitando-se do status de autoridade do mestre diante do jovem sem opinião formada.
O que deveria ser feito
Ao apontar os vícios de nossa educação para a política, nós, democratas liberais deveríamos também reconhecer nossa omissão. Até o momento não temos algo alternativo a oferecer, pelo menos no que concerne a textos escolares. Valeria a pena constituir uma comissão de expertos para elaborar um manual básico que esclarecesse conceitos e valores universais de política, de uma maneira pluralista, sem incorrer também em dogmas doutrinários.
Nesse sentido, utilizando abordagens e conceitos chaves elaborados pelamoderna Teoria Política, e sempre partindo de situações experimentais concretas, teríamos tentativamente o seguinte modelo:
Conceitos chaves: Grupos, Organizações, Jogos e Ideais.Conceitos destes derivados: Interesses, Lideranças e Normas, Cooperação e Conflito, Mercado e Democracia. Exemplos ilustrativos seriam tirados da família, do futebol, da banda, do clube, da paróquia, até chegar à ONU, passando pela comunidade local e nacional. Estaria assim superado o sistemático enfoque maniqueísta e puramente denunciatório ora vigente.
Uma síntese das noções a serem propostas seria assim formulável:“Para melhor satisfação de suas necessidades e obtenção de uma existência melhor, os homens se reúnem emgrupos com comuns interesses, estruturando-se em maior ou menor grau de organização. Tais grupos se relacionam de maneira cooperativa, ou conflitiva, objetivando atingir seus fins e modo mais ou menos racional. Objetivos ou ideaisconstantes na história humana têm sido alcançar maior bem-estar, em condições de maior liberdade para todos, estabelecendo-se assim uma ordem harmônica, que permita aprosperidade, ou felicidade coletiva. A essa atividade humana da se o nome de Política.” 2
Notas
[1] A maneira mais objetiva de se avaliar o conteúdo do ensino é analisar os textos escolares em seus manuais mais frequentemente adotados. Entre as centenas disponíveis, comentaremos brevemente alguns dos mais representativos. Os pressupostos mais encontradiços são sempre a “Luta de Classes”, a “Exploração Internacional”, a condenação do “Neoliberalismo” e da “Globalização”.
HISTÓRIA (3 vols.), Editora Lê. Dos bacharéis Ricardo / Ademar e Flavio (sic.) O vocabulário trai o típico pensamento marxista. “Burguesia” e “Proletariado” encarnam o Bem e o Mal. A ruína do sistema soviético é atribuída a falhas administrativas. Brasil como eterna vítima da ganância financeira internacional.
NOVA HISTÓRIA CRÍTICA,Ed. Nova Geração. Autor : Mario Schmidt. Adotado em inúmeras escolas públicas. Marxismo ortodoxo e militante de ponta a ponta. Na capa vem representada uma ampulheta, onde do dinheiro escorre sangue.
O TESOURO NA RUA, Ed. Rosa dos Ventos. Cristóvão Buarque. Leitura complementar adotada em escolas de Brasília. Um protesto maniqueísta em forma de conto juvenil. Somos vítimas dos capitalistas Yankes. Reclama por “mudanças” sem concretizar quais sejam.
CAPITALISMO PARA PRINCIPIANTES. Editora Atica. Carlos Eduardo Novaes,Leitura complementar adotadaem curso de História de escolas particulares. Truculenta caricatura do Mercado Livre. Empresário como sinônimo de bandido.
O QUE É FOLCLORE. Coleção Primeiros Passos, Ed.Brasiliense. Carlos Rodrigues Brandão. Adotado pela Escola de Música de Brasília. Explicitas referências ao autor marxista Antonio Gramsci, do qual segue o pensamento.
INICIAÇÃO À SOCIOLOGIA , Editora Atual Nelson Dacio Tomazi ( org.) Catecismo marxista ortodoxo.
FILOSOFANDO, Editora Moderna. Ma. Lucia de Arruda e Ma.Helena Pires Martins. Pela bibliografia recomendada já se percebe a tônica marxista. As teses gramscianas são explicitas.
Acrescente-se aqui a recente série SOCIEDADE E HISTÓRIA DO BRASIL, em 12 volumes, publicada pelo Instituto Teotônio Vilela do Partido Social Democrático – do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso –, interpretando a história nacional em termos claramente socialistas.
2 Encontra-se disponível uma publicação de minha autoria, “Iniciação àPolítica”, a ser melhor elaborada, onde tais conceitos são esquematizados.

ESCOLAS DESTROEM O POTENCIAL DE CRIAÇÃO DOS ALUNOS, DIZ PROFESSOR

Dolabela é criador de programas de ensino de empreendedorismo no país.
Durante palestra em Varginha, ele falou sobre o tema e os erros no ensino.


"O 'cara de sucesso' é aquele que acorda e pensa: só tenho 24 horas para realizar o meu sonho." A frase é do professor mineiro Fernando Dolabela, um dos principais consultores no ensino de empreendedorismo do Brasil. Autor do best-seller sobre o tema "O Segredo de Luísa", Dolabela defende a ideia de que qualquer pessoa pode ser empreendedora, desde que desenvolva seu potencial para isso.
Criador dos maiores programas de ensino de empreendedorismo do Brasil na educação básica e universitária, ele afirma que as escolas, hoje, não formam pessoas empreendedoras, mas ao contrário disso, fazem de tudo para destruir o potencial de criação dos alunos. "O professor não é modelo para as crianças", afirma. Em Varginha (MG) para uma palestra durante congresso do Centro Universitário do Sul de Minas (Unis-MG), Dolabela falou ao G1 sobre empreendedorismo e onde o ensino erra na formação das crianças.G1: Defina o empreendedor.
Dolabela: As características do empreendedor são as características do ser humano. Eu sou muito contra essa ideia de achar que o empreendedor tem uma configuração genética específica, todos somos empreendedores. Ele é só aquele que exerce, dinamiza e utiliza esse potencial humano. Você pode se tornar um grande maratonista, ou tocar piano, bastando exercer o potencial para isso. Então, todo mundo pode se tornar empreendedor exercendo esse potencial que está na espécie [humana]. No caso, o do empreender seria exercer sua criatividade, seu protagonismo, sua capacidade de assumir riscos, sua capacidade de imaginar, descobrir e exercer o seu talento. Em síntese, o empreendedor é alguém que sonha, que concebe o futuro e transforma isso em realidade.

G1: A personagem do seu livro “O Segredo de Luísa”, descobre o empreendedorismo no interior de Minas Gerais, e o interior geralmente é um lugar onde prevalece um pensamento mais conservador. Como ser empreendedor em lugares assim, enfrentando esse tipo de dificuldade?
Dolabela: Eu escolhi [esse cenário] justamente porque as dificuldades são maiores, a tradição é mais impactante e limitante, o contato com a mobilidade e movimento é menor. A partir disso, se uma pessoa do interior consegue empreender, é mais factível que outras empreendam. E qualquer lugar é possível empreender, já que o empreendedorismo é um fenômeno de cidades, e quanto menor, melhor. Não pra fazer uma grande empresa de tecnologia ou uma fabricante de automóveis. Mas empreender não é só alta tecnologia. Uma comunidade pequena pode unir forças e criar um ambiente para acolher empreendedores com mais facilidade que uma mega cidade.
G1: Como se faria isso?
Dolabela: É um fenômeno de cidade. Se você olhar o Vale do Silício, nasceu em San Francisco [EUA]. Se você falar da Rota 128, nasceu em Boston [EUA]. O que é interessante [em investir], chama o prefeito e fala com ele. A cidade pequena é um lugar excelente para empreender. Você conhece a comunidade e as pessoas, você sabe onde está a força, você é capaz de mobilizar uma cidade. Desse tamanho [Varginha] ainda é possível, e isso é empreendedorismo, é capital social, é energia e interação entre as pessoas. O que eu falo em empreender é criar uma autonomia e sustentabilidade econômica.G1: A nossa sociedade e o nosso sistema de ensino, no geral, prepara pessoas empreendedoras? Quais são os erros?
Dolabela: Não, nós erramos desde que colocamos os meninos na escola. Aliás, desde que está no útero, porque a mãe é a maior inibidora do empreendedorismo, a mãe e a escola. As duas se juntam, dão as mãos e dizem: 'nós vamos estragar esse menino'. E estraga mesmo! O sonho da mãe é um bom casamento e um bom emprego público. E a escola faz de tudo para assassinar o potencial empreendedor da criança. Estimula a conformidade, ser igual, ausência de criatividade, quando essas características é que fazem o empreendedor. O sonho da professora é ter todos os alunos iguaizinhos. Sinto muito dizer isso, mas veja o que acontece no Brasil: a professora não é modelo para os alunos, morreu, acabou, não se fala mais nada!

Você vai no Japão o professor está lá em cima na escala social, nos Estados Unidos eles pegam os melhores alunos de grandes universidades e colocam eles dois anos em escolas primárias e depois eles vão para um grande emprego. Isso para que aquelas crianças, pelo menos por dois anos, tenham contato com a nata da juventude americana. O professor é fundamental, é ele que prepara a gente. Não quero entrar na questão de se a culpa é do professor, não acho que seja dele, mas as coisas estão erradas. E não é só o Brasil não. No geral, os países latinos perdem para os anglo-saxônicos quando se fala de empreendedorismo.
G1: O sonho é o que segura o empreendedor quando as coisas dão errado?
Dolabela: O sonho é o que segura o ser humano. Ninguém destrói sonhos. Com um tiro você mata a pessoa, mas não mata o sonho. É a única coisa de relevante que move as pessoas. Uma pessoa sem sonhos perdeu a vida. Isso é o que devia ser ensinado na escola. O sonho é o que há de mais relevante, e as pessoas que conseguem fazer isso, elas mudam o mundo. É tão simples! Eu nem inventei isso [risos].
FONTE:
G1

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

DO PROCESSO DE ADQUIRIR CONHECIMENTO


Fonte foto: Google imagens
(...)
Como já salientei antes, uma preocupação que não podia deixar de me haver acompanhado durante todo o tempo em que me dediquei à escrita e à leitura simultânea desse texto foi a que me engaja, desde faz muito, na luta em favor de uma escola democrática. De uma escola que, continuando a ser um tempo-espaço de produção de conhecimento em que se ensina e em que se aprende, compreende, contudo, ensinar e aprender de forma diferente. Em que ensinar já não pode ser este esforço de transmissão do chamado saber acumulado, que faz uma geração à outra, e aprender não é pura recepção do objeto ou do conteúdo transferido. Pelo contrário, girando em torno da compreensão do mundo, dos objetos, da criação, da boniteza, da exatidão científica, do senso comum, ensinar e aprender giram também em torno da produção daquela compreensão, tão social quanto a produção da linguagem, que é também conhecimento.

FONTE:
Fragmento da Introdução do livro professora Sim, Tia Não - Cartas a quem ousa ensinar / Paulo Freire 

sábado, 20 de maio de 2017

É URGENTE QUE VEJAMOS A ESCOLA DE FORMA DIFERENTE



A infraestrutura pedagógica da escola pública atual não atende mais aos anseios da sociedade, da família e dos alunos. Não condiz com a realidade da "Era da Informação e do Conhecimento". A maneira de se fazer aula hoje promove a indisciplina, a empatia, o abandono do desejo de estar ali e do abandono literal - a evasão escolar.
O aluno é, ainda, um mero espectador da aula, um receptor do conhecimento do professor (único agente detentor do conhecimento) caracterizando um relacionamento vertical na busca do saber, ou seja, educação bancária de Paulo Freire.
Há a urgência de se perceber e aplicar a ideia de Pontos de Conhecimentos - aqueles disseminadores do conhecimentos inacabados da humanidade, conhecimentos que geram novos conhecimentos por parte do aluno e intermediado pelo professor num relacionamento horizontal na busca permanente do conhecimento funcional para o aluno. É tornar o aluno protagonista do seu processo de aprendizagem, é tornar o aluno um real ESTUDANTE, como diz o professor Pier.



quarta-feira, 17 de maio de 2017

O LÍDER

QUAL A POSIÇÃO DO LÍDER NO GRUPO?
O QUE ELE FAZ?
COMO ELE TRATA OS MEMBROS DE SEU GRUPO?

VEJA O EXEMPLO DOS LOBOS NO VÍDEO ABAIXO